Tertúlia com Mafalda Veiga
Foram conversas electrónicas dispersas no tempo e tudo foi feito quase em segredo. Tudo com o simples objectivo de proporcionar um momento de intimidade e discussão entre a Mafalda Veiga e o caminheirismo Aveirense.
Queríamos descobrir um pouco mais, compreender um pouco melhor essa artista que nos dedilha a alma com músicas que nos parecem mais nossas que dela e é mesmo isso que nos surpreende. Quase ao ponto de nos interrogarmos sobre a possibilidade de alguém, que não tendo vivido o escutismo, saber tão bem representá-lo em palavras e melodias.
E ela própria contou que numa dada entrevista lhe pediram que reunisse numa só palavra o que a motiva, e ela respondeu: “partilha”. Será coincidência?
Equipa Regional da IV de Aveiro
Foi ao “fim do dia” a bordo do navio-museu Santo André, com apenas “um pouco de céu” sobre nós, que vimos o nosso sonho de há muito tempo tornado realidade. Um momento ansiado por todos quantos ali estavam. Quantas vezes as cordas das nossas guitarras soaram aqueles acordes… quantas vezes, juntos, entoámos aqueles poemas… quantas momentos nos sentimos unidos por aquelas mensagens… as músicas da Mafalda Veiga.
Num ambiente fantástico, começou timidamente a tertúlia, timidez essa que não durou mais que meia dúzia de minutos pois a Mafalda logo nos deixou completamente à vontade. Entre conversas e acordes, ficámos a saber muito mais sobre o que a inspira e motiva a compor. Aqueles momentos e sentimentos tão bem descritos nos poemas, encaixam-se em tantos momentos da nossa vida e tantas vezes nos ajudam a pensar e a ver que afinal as coisas não acontecem só a nós, que mesmo que todos diferentes, somos todos iguais.
A Mafalda deixou-nos uma mensagem cantada, um “Grito do Ipiranga” que todos devemos fazer ecoar dentro de nós: “liberta o grito que trazes dentro, e a coragem e o amor, mesmo que seja só um momento, mesmo que traga alguma dor; só isso faz brilhar o lume que hás-de levar até ao fim, e esse lume já ninguém pode nunca apagar dentro de ti”. Segundo ela, esta é a música que mais tem a ver com a mística e a vivência dos escuteiros.
Além deste ‘hino’, também fomos brindados com “Vestígios de Ti”, “Cada Lugar Teu” e “Restolho”. Quem não se arrepiou ao ouvir esta última música? Estrelas não faltaram nesta noite. A que mais brilhava, a Mafalda, foi acompanhada por uma segunda voz fantástica de Jacinta e pelo som do Nelson e do Daniel nas guitarras e do Zé Nuno ao violino. Os Maresia também tiveram os deus 15 minutos de fama. Vibrámos juntamente com as cordas das guitarras ao som de “A Festa da Música” e “Tudo por um Sorriso”.
Fomos “cúmplices”. “Escuro e luar”… quando saímos do barco. Passaram duas horas e nem demos conta… estávamos “nalgum lugar perdido”… o sonho e “a fantasia”! Foi sem dúvida “uma noite para comemorar”…
Castor Aventureiro
Clã 21 – Agrupamento 141 Águeda